Tarifaço de 50% dos EUA ameaça US$ 205 milhões em exportações de Pernambuco
O tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, em vigor desde 6 de agosto, deve atingir em cheio a economia de Pernambuco. Levantamento da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe) estima que o estado pode perder até US$ 205 milhões em vendas para o mercado norte-americano segundo maior destino dos produtos pernambucanos, atrás apenas da Argentina.
Os impactos vão muito além das frutas e do açúcar. No Sertão do São Francisco, a fruticultura irrigada com destaque para manga e uva deve sentir o golpe. Na Zona da Mata e no Agreste, o baque recai sobre o açúcar e o etanol, atingindo diretamente o setor sucroalcooleiro e suas usinas. Já na Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata Norte, aço e autopeças entram na lista de vítimas, colocando em risco a indústria metalmecânica e automotiva.
Apesar de uma trégua parcial aço, minério, alumínio e madeira foram retirados da tarifa após ordem executiva de Donald Trump em 30 de julho o estrago segue considerável. Dados do sistema Comex Stat, do MDIC, mostram os municípios mais expostos. O campeão de perdas potenciais é o Cabo de Santo Agostinho, que exportou US$ 27,2 milhões para os EUA em 2024. Na sequência, Lagoa do Itaenga (US$ 19,6 mi), Camutanga (US$ 15,69 mi), Igarassu (US$ 6,97 mi) e o Recife (US$ 6,01 mi) completam o ranking.
Além das cifras, o tarifaço ameaça contratos, renda e empregos e coloca em alerta desde pequenos produtores até grandes indústrias.
Presidente dos EUA, Donald Trump ( Jim WATSON / AFP)